O polimetilmetacrilato (PMMA) é um material sintético utilizado na medicina há décadas. Originalmente, sua aplicação era voltada para reconstruções ósseas e outros procedimentos corretivos. No entanto, seu uso estético tem gerado grande preocupação entre especialistas.
Diferente de substâncias como o ácido hialurônico, que são absorvidas pelo organismo com o tempo, o PMMA permanece no corpo de forma definitiva. Isso aumenta os riscos de rejeição, inflamações, deformidades e até necrose dos tecidos ao longo dos anos.
Complicações que podem surgir após a aplicação
Um dos principais riscos do PMMA é a sua reação imprevisível dentro do corpo. Como ele não se dissolve, pode ser reconhecido pelo sistema imunológico como um corpo estranho, desencadeando reações inflamatórias severas.
Além disso, em alguns casos, o uso em grandes quantidades pode elevar os níveis de cálcio no sangue, sobrecarregando os rins e causando insuficiência renal.
Outro problema grave é que, caso seja necessário remover o PMMA, o processo é complexo. O paciente precisa passar por um procedimento cirúrgico de difícil execução, e nem sempre é possível retirar toda a substância sem sequelas.
Proibição e alertas das autoridades de saúde
Diante dos riscos, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) autoriza o uso do PMMA apenas para procedimentos corretivos específicos, como reconstrução de tecidos em pacientes com atrofias severas. No entanto, sua aplicação para fins estéticos não é permitida no Brasil.
A Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP) e o Conselho Federal de Medicina (CFM) já solicitaram que a Anvisa proíba a comercialização do produto. Apesar disso, clínicas e profissionais seguem aplicando a substância, muitas vezes sem informar adequadamente os pacientes sobre os riscos.
O perigo do baixo custo
Mesmo com tantas advertências, o PMMA ainda é procurado por algumas pessoas que desejam aumentar glúteos, panturrilhas e outras regiões do corpo. O principal motivo é o baixo custo em comparação com cirurgias plásticas convencionais ou preenchedores mais seguros.
No entanto, especialistas alertam que as economias a curto prazo podem custar caro no futuro. Além dos efeitos colaterais imediatos, o produto pode causar complicações anos depois da aplicação.
Como evitar problemas e escolher procedimentos seguros
Antes de realizar qualquer procedimento estético, é fundamental procurar um profissional capacitado e registrado nos órgãos competentes. Além disso, é essencial perguntar sobre o tipo de produto que será aplicado e entender os possíveis riscos a longo prazo.
Os especialistas recomendam optar por substâncias que o corpo possa absorver ao longo do tempo, como o ácido hialurônico, que oferece resultados mais naturais e seguros.
A decisão de modificar a aparência deve ser tomada com cautela. Um procedimento mal planejado pode comprometer não apenas a estética, mas também a saúde e qualidade de vida.