A Semana de Design de Milão 2025 reuniu marcas e artistas do mundo inteiro em uma programação que extrapolou os limites funcionais do design. Além dos lançamentos de produtos, os visitantes puderam conferir instalações que apostaram em experiências sensoriais, discutindo temas como tecnologia, materialidade e meio ambiente. A tendência chamou atenção nos últimos anos de feira, mas desta vez chegou mais precisa e coerente. Confira, a seguir, uma seleção de nove instalações que sintetizam os diferentes enfoques adotados na última edição do evento:
- Hermés: What makes the object
”What makes the object” – Foto: Divulgação
A maison ocupou, mais uma vez, o espaço La Pelota com uma instalação impactante para mostrar peças novas. Este ano, a marca optou por uma cenografia mais etérea, assinada por Charlotte Macaux Perelman. Enfatizando o branco e evitando elementos decorativos, ela destacou os materiais e formas dos produtos. As plataformas geométricas suspensas emanavam cores pontuais, dialogando com escolas construtivistas e ressaltando as peças em vidro, couro, madeira e porcelana. O título da exposição, What makes the object, questiona a forma e materialidade dos objetos.
- Google: Making the Invisible Visible
“Making the Invisible Visible” – Foto: Lachlan Turczan
A proposta da Google, idealizada por Ivy Ross, vice-presidente de design da marca, consistia em uma instalação que integrava a presença humana com poesia visual. A experiência incluía alguns sensores que reagem às ações dos visitantes, abordando a conexão crescente entre vida cotidiana e tecnologia invisível. Na terceira e última sala da mostra, os visitantes podiam conhecer o portfólio completo de hardware da Google.
- ASUS: Design You Can Feel
“Design You Can Feel” – Foto: Divulgação/ASUS
A exposição de estreia da marca na Semana de Design de Milão, intitulada Design You Can Feel, convidava os visitantes a interagirem com os ASUS Zenbooks, produtos recentes da marca. A experiência imersiva, assinada pelo estúdio de design Studio INI, propunha aos visitantes uma interação direta com o espaço – painéis feitos de Ceraluminum, material patenteado pela marca, abriam e fechavam com o movimento das pessoas.
- Vans: Checkered Future: Frequency Manifest
”Checkered Future: Frequency Manifest” – Foto: Divulgação/Vans
A marca de streetwear transformou o espaço da Triennale Milano em um ambiente tomado por experiências ligadas ao audiovisual para apresentar uma reedição do tênis Old Skool 36 FM. A instalação, idealizada por Willo Perron, integrava design, arquitetura, cultura e música – apresentada aqui pelo músico experimental Tim Hecker.
- Nike + PAN: The Suspended Hour
”The Suspended Hour” – Foto: Stefano Mattea
Em parceria com o selo berlinense PAN, a instalação foi desenvolvida como uma performance visual e sonora para apresentar o tênis Air Max 180 NIX, lançado originalmente em 1991. O espaço reproduzia uma atmosfera de pista de dança, com estruturas metálicas e música eletrônica ambiente.
- Henning Larsen: Growing Matter(s)
“Growing Matter(s)” – Foto: Zoey Kroening
O escritório dinamarquês apresentou um projeto desenvolvido com esferas de micélio, material biológico obtido a partir da raiz de fungos. O pavilhão, construído em parceria com o Politecnico di Milano, funcionava como um experimento sobre alternativas de baixo impacto ambiental na construção civil.
- Hanner Peer Architecture + MARGRAF SPA: CRASH
”CRASH” – Foto: Danilo Pasquali
Redefinindo o mármore, a instalação imersiva tem inspiração nos trabalhos de Michelangelo, Luciano Fabro e Isamu Noguchi. Idealizada pelo Hanner Peer Architecture em parceria com a MARGRAF SPA, a mostra transforma o material num instrumento disruptivo e revelativo, evidenciando as falhas como uma metáfora à fragilidade.
- Audi: The Domino Act
”The Domino Act” – Foto: Divulgação
A instalação, idealizada pelo designer Gabriele Chiave, celebra a sustentabilidade e as atividades circulares presentes na Audi. Formada por 22 monólitos reflexivos, o espaço, inspirado no conhecido ‘efeito dominó’, convidou os visitantes a pensarem sobre como os impactos ambientais acumulam uma cadeia de consequências.
- Kuka Home: The Gift
”The Gift” – Foto: Divulgação
A marca milenar se uniu ao designer chinês Chen Yaoguang em uma instalação que refletia sobre os ciclos da natureza e o papel unificador do design. As plantas foram utilizadas como matéria-prima principal e o formato circular, inspirado no mooncake chinês, simbolizou a união entre a cultura oriental e ocidental.
