Adriana Bozon: trabalho, criatividade e a moda como projeto de vida

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Adriana Bozon usa full look Ellus – Foto: Alexandre Furcolin

“A moda já foi mais gostosa”, suspira Adriana Bozon. Desde os 16 anos, nunca parou de trabalhar: está na Ellus há mais de três décadas, onde faz o papel de diretora criativa e… tudo mais! E gosta tanto desse “tudo mais” que, além de comandar a casa de meio século de história no Brasil, também é diretora de marketing de todas as seis marcas da Holding InBrands – pense em Richards, VR Collezioni, Bobstore… Ela está em tudo. A agenda é lotada, mas abriu um espaço para me receber no escritório (logo eu, sem um único jeans no armário). Falou, pensou, riu – até disse que pode ser que tenha chegado a hora de parar. Será?

GUILHERME DE BEAUHARNAIS – Você é workaholic mesmo ou é só fachada?

ADRIANA BOZON – Acho que sou… Descobri que sou. Adoro trabalhar e não me vejo sem fazer nada. Quando estou um pouco livre, arrumo algo para fazer.

GDB – Que tipo de “algo”?

AB – Aos finais de semana, agora, sou designer de cerâmica.

GDB – Hã?

AB – Começou na pandemia. Primeiro, pintei um coqueiro na parede. Sou a louca do coqueiro. Logo depois, me interessei pela cerâmica e comecei a fazer aulas com a Teresa Steuer. Estou viciada!

GDB – Também ouvi falar de algo com decoração…

AB – Pois é. Há uns seis anos, fui passear em Trancoso com um casal de amigos e acabei fazendo uma casinha lá. Foi despretensioso, mas ficou mais legal do que eu imaginava e eu acabei vendendo. Fiz uma segunda, agora… virou um business! (Risos)

GDB – Já entendi que você não dorme. Sonha com trabalho, pelo menos?

AB – Pior. Já acordo com o celular na mão!

GDB – Você assumiu a direção criativa da Salinas no ano passado e, agora, estou sabendo que você pintou um coqueiro na parede. Depois de tanta urbanidade na Ellus, se apaixonou pela moda praia?

AB – Eu gosto. Na adolescência, eu até surfava em Maresias! Ninguém imagina, mas é verdade. (Risos) Agora, com essa história de Trancoso, estou mais próxima desse universo, mas nunca em alta temporada! Levei todo esse repertório para a Salinas, especialmente os trabalhos manuais e artesanais que tenho descoberto.

Adriana Bozon usa full look Ellus – Foto: Alexandre Furcolin

GDB – Você está mais brasileira do que nunca?

AB – Total. Cada vez mais estou com vontade de descobrir o artesanato local. Sou muito curiosa, mas isso não é só com o Brasil. É no mundo todo. Em 2015, fizemos uma matéria juntos (Ellus e Bazaar) em Marrakesh e eu voltei com um container enorme, cheio de coisas.

GDB – Imagino que, para guardar tudo depois, você não deve ser uma pessoa bagunceira.

AB –Eu sou bastante organizada.

GDB – Desde sempre?

AB – Acho que foi uma evolução que veio com a maturidade. Aprendi sobre as minhas prioridades. Com a agenda, por exemplo, sou bem chata e extremamente pontual.

GDB – Dá para ser pontual no Brasil?

AB – É difícil. Em São Paulo, tem que sair de casa uma hora e meia antes. (Risos)

GDB – Só em sonho! (Risos) Aliás, você falou uma vez que, no início da sua carreira, era muito sonhadora, mas que acabou trocando isso por números e pela realidade do mercado. Foi um trauma?

AB – Amadurecimento. Tudo está cada vez mais difícil, mais competitivo. O digital trouxe isso. A moda já foi mais gostosa.

GDB – Você se desiludiu com a moda, então?

AB – Não, porque eu ainda tenho esperança.

GDB – De quê?

AB – De novidades e desafios. O desfile da Salinas foi um risco para mim, mas também foi um sopro, uma realização. Passei noites sem dormir e esse é o lado bom da coisa.

GDB – Em que momento a moda te dá mais êxtase?

AB – Pensar na imagem sempre me dá prazer, mas eu sou apaixonada por fazer desfiles. Infelizmente, o Brasil não se uniu para manter as principais marcas no SPFW, então hoje ficaram os mais novos. O Paulo Borges até está tentando fazer um movimento de resgate, mas é complexo.

GDB – Desfile de moda… saiu de moda?

AB – Não! Eu escuto as pessoas falando isso, mas discordo completamente. Ainda assim, não dá para fazer dois desfiles por ano.

GDB – Por quê?

AB – É um custo muito alto.

GDB – Ouvi dizer que os da Ellus custam, em média, um milhão cada.

AB – (Risos)

GDB – Já que você tocou no assunto da “galera mais nova” da moda brasileira, o que você acha que tem de bom nela?

AB – Vejo alguns se destacando na imagem, no produto, na comunicação…

GDB – Quer dar nomes?

AB – Ah! (Risos)

GDB – Sou obrigado a perguntar! (Risos)

AB – Eu acompanho bastante o Airon (Martin), da Misci. Valorizo o trabalho dele. É bem legal. Também gosto do André Namitala, da Handred. Já até conversamos para pensar em alguma coisa juntos…

GDB – Agora que você revelou o lado bom, qual é o ruim?

AB – Influencers, influencers, influencers… Não sei quanto tempo isso vai durar, mas é difícil. Os valores são estratosféricos e eu não acho bacana acordar com uma marca, tomar café com outra, dormir com outra… Falta fidelidade, mas existem exemplos autênticos.

Adriana Bozon usa saia Ellus, top e xale Salinas, sapato Marc Jacob’s – Foto: Alexandre Furcolin

GDB – Muitas não se sustentam… Aliás, como você encara a sustentabilidade?

AB – Minha filha fez Biologia e acabou de começar a trabalhar no marketing por aqui. É um trabalho em processo, não adianta dar início a uma história e não terminá-la. A questão é que sustentabilidade precisa existir desde o início, lá na tecelagem, e isso exige tempo. É um assunto importantíssimo, uma obrigação, mas a Ellus nunca vai ser 100% sustentável. Fazer todos os produtos dessa forma é inviável e, por isso, é importante encontrar parceiros nessa área, como o Projeto Akra e a Vicunha, de quem estou me aproximando já para a próxima estação.

GDB – Nesses mais de trinta anos de carreira, foram várias as mudanças no mundo da moda, incluindo as discussões sobre inclusão e diversidade. Você absorve tudo isso de forma fácil ou é mais resistente?

AB – Sempre fui inquieta e up-to-date. Gosto de descobrir talentos novos e muitos já estão até mais velhos. (Risos)

GDB – E os novos têm talento mesmo?

AB – Uns sim, uns não. Sempre tem aqueles que não querem nada de nada e não dão certo.

GDB – Você foi… ops! Você é (risos) uma jovem que deu certo. Por que acha que alguns não dão?

AB – Esta geração está muito doente, especialmente por causa do mundo digital.

GDB – O problema é que todo mundo adora novidade. Aliás, como é lidar com a Ellus, que já tem mais de 50 anos de história?

AB – No Brasil, ninguém valoriza isso. As pessoas não se importam com legado e, até por isso, pensamos se iríamos ou não comemorar os cinquenta anos.

GDB – Por que a dúvida?

AB – Porque achávamos que as pessoas podiam enxergar a marca como “velha”.

GDB – E os 100 anos?

AB – Só se eu tomar a “substância”! (Risos)

GDB – Ah! Como todos nós! (Risos) O que você ainda não fez que tem vontade?

AB – Parar de trabalhar por um ano. (Risos)

GDB – Você aguenta?

AB – Não sei! Quem sabe chegou a hora de parar? (Risos)

GDB – Vai se esconder no mato?

AB – Não… Vou para Paris! (Risos)


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