Reconhecido como um dos grandes nomes da beleza no Brasil, Rafael Bertolucci construiu uma trajetória inspiradora que vai muito além do domínio técnico sobre tesouras e tonalizantes. Com mais de duas décadas de experiência, ele se destacou como cabeleireiro, educador, empreendedor e referência internacional no setor. À frente da Urban Clinique e atualmente sócio do Studio W — uma das maiores operações do país —, Rafael alia talento, sensibilidade e visão estratégica para transformar carreiras e impulsionar a evolução da profissão. Nesta conversa, ele compartilha sua visão sobre o futuro do mercado, a importância da educação contínua, os desafios da era digital e as tendências que moldam a beleza contemporânea. Uma troca rica para quem respira arte e vive da conexão entre estética e propósito.
Rafael, você tem uma trajetória sólida no mercado da beleza e é reconhecido por sua visão inovadora. Como você acredita que sua experiência moldou o seu trabalho no Studio W e na sua carreira como um todo?
Minha trajetória começou no lavatório, passando por diferentes etapas da profissão até me tornar sócio e diretor técnico do Studio W. Essa caminhada me deu repertório, sensibilidade e empatia para liderar com propósito. Cada experiência — dos bastidores ao palco — me ensinou sobre pessoas, sobre beleza real e sobre a importância de inovar sem perder a essência. Hoje, no Studio W, levo comigo essa visão mais ampla do mercado, sempre buscando conectar técnica, arte e humanidade.
Com tantos anos de experiência, como você enxerga a evolução do mercado de beleza nos últimos tempos?
Vejo um mercado mais consciente e mais exigente. Os consumidores não buscam apenas estética, mas propósito, identidade e experiências. A beleza passou a ser uma extensão da cultura, da saúde mental, da autoexpressão. E os profissionais precisaram — e ainda precisam — acompanhar essa transformação. É um momento de reinvenção, de sair do automático e se abrir para novas possibilidades.
Sabemos que você tem se dedicado à formação de novos profissionais. O que você considera ser fundamental para um cabeleireiro se destacar hoje em dia, tanto no aspecto técnico quanto no empreendedorismo?
Técnica continua sendo essencial, mas não é suficiente. Hoje, o profissional precisa entender de comportamento, de comunicação, de gestão e, acima de tudo, de gente. Saber ouvir, acolher e entregar valor real. O cabeleireiro que se destaca é aquele que consegue unir excelência técnica com um olhar humano e estratégico para o próprio negócio.
Participando de eventos como o Hair Festival, qual é a sua visão sobre o papel da educação contínua no setor da beleza e como ela pode impactar o futuro da profissão?
A educação é a alma do futuro. O Hair Festival nasceu dessa inquietação: como preparar os profissionais para o que está por vir? Acreditamos que aprender não é só sobre técnica — é também sobre cultura, inovação, diversidade e consciência. A educação contínua empodera, amplia repertório e faz com que a profissão evolua junto com o mundo.
Com a chegada do outono, quais tendências de beleza você acredita que vão se destacar?
O outono traz uma beleza mais sóbria e sofisticada. Cores mais quentes, cortes com movimento e naturalidade, e uma estética que mistura conforto com elegância. Os cabelos ganham textura e acabamento mais orgânico. E, ao mesmo tempo, cresce o desejo por cuidados reparadores, com foco em saúde capilar e bem-estar.
Quais são os maiores desafios e oportunidades que você enxerga para os profissionais de beleza nos próximos anos, especialmente com as mudanças rápidas no comportamento dos consumidores e nas novas tecnologias?
O maior desafio é não perder a essência em meio à velocidade das mudanças. A tecnologia é uma aliada incrível, mas o toque humano ainda é o que mais conecta. A oportunidade está justamente aí: usar a tecnologia para potencializar nosso trabalho, alcançar mais pessoas e melhorar a experiência, sem abrir mão da escuta, do afeto e da sensibilidade. Quem entender esse equilíbrio vai liderar o futuro da beleza.
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