Cher não apenas resiste ao tempo – ela o domina – Foto: Reprodução/Instagram @cher
Se o mundo está acabando, que ao menos reste a Cher para contar a história. Completando hoje 79 anos (será?), Cher não envelhece: ela evolui. Com origem armênia e raízes indígenas cherokee, ela transcendeu o posto de artista para se tornar uma força cultural. Ícone incontestável da música, da moda e da liberdade feminina, atravessou gerações com irreverência, talento e um olhar sempre adiante.
Ao longo da carreira, venceu um Oscar, empilhou prêmios e quebrou recordes — é a única artista a liderar as paradas da Billboard em seis décadas consecutivas. Nos anos 1990, chamou Madonna de “maldosa” e “criança mimada”. Já nos anos 2000, durante sua turnê de despedida (que nunca aconteceu), empunhou um chicote cênico e declarou que era hora de se aposentar para que “menininhas novas”, como Britney e JLo, corressem atrás. Mais recentemente, ironizou que precisa namorar homens mais jovens porque os da sua idade já estão mortos — e que seu atual namorado, 40 anos mais novo, não entende algumas de suas referências por serem anteriores ao seu nascimento.

Cher em 1978 – Foto: Getty Images
Muito antes de o feminismo se tornar pauta dominante, Cher já quebrava regras. Em 1975, desafiou a censura ao exibir figurinos ousados e usar discursos provocadores no The Cher Show. Foi a primeira pessoa a mostrar o umbigo na TV americana — o que gerou escândalo entre os conservadores — e se firmou como símbolo de autonomia em uma indústria que ainda esperava submissão das mulheres.
Na moda, sempre criou uma linguagem própria. Com o estilista Bob Mackie, vestiu looks que iam do psicodelismo hippie ao glamour futurista, rompendo barreiras de gênero, estética e comportamento. Do visual dramático no Oscar de 1986 à sensualidade teatral de seus shows — passando pelo uso de cortes de cabelo e perucas que quebravam padrões de beleza da época —, sua imagem sempre foi um manifesto de liberdade e rebeldia.

Cher – Foto: Getty Images
São tantos feitos, histórias e mitos — como o dos cochilos constantes em câmaras hiperbáricas — que, décadas depois, ela segue sendo uma referência incontornável: inspira, estrela e personifica o que há de mais livre e indomável na cultura pop. Cher não apenas resiste ao tempo — ela o domina.