Cristóbal Balenciaga: amor, guerra e moda

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Cristóbal Balenciaga – Foto: Getty Images

Tudo vale no amor e na guerra. Na moda, também. E como alguns outros de sua geração, Cristóbal Balenciaga compreendia as implicações. Por exigência social e fervor religioso, foi discreto nas paixões – teve várias, mas quase todas em segredos mal guardados.

Com Carmel Snow, a editora-chefe da Harper’s Bazaar (a mesma que batizou o “New Look” de Christian Dior), o couturier viveu uma platônica, fácil de explicar: ela queria muito ele e ele queria muito seus dois chapeleiros. O romance, enfim, subiu à cabeça!

Wladzio Jaworowski d’Attainville foi o primeiro, do tipo tórrido. Aristocrata franco-polonês, era o Adônis da alta costura antes de Paris ser invadida pelos nazistas e, além de fazer chapéus, tinha as melhores clientes da Europa na agenda. Antes mesmo do termo aparecer na moda, era um tipo de embaixador da marca – e fez tanta falta para Balenciaga quando morreu, em 1948, que o estilista cogitou fechar as portas. Dior, seu rival na moda, o convenceu do contrário e um novo affair, Ramon Esparza, ajudou na decisão. Oh, là, l’amour…

Modelo emblemático de Cristóbal Balenciaga – Foto: Divulgação

De guerra, Cristóbal também entendeu mais do que gostaria. Ainda na Espanha, fundou sua primeira casa de moda em 1918, no ocaso da Primeira Guerra Mundial e, quando migrou para Paris em 1937, levou na bagagem as memórias da queda da monarquia, a Guerra Civil Espanhola e a ascensão da ditadura do general Francisco Franco.

Sóbrio, manteve o silêncio quase toda a vida sobre os episódios menos glamorosos de sua vida e os curiosos dependem de Pablo Picasso para ilustrar o momento. Enquanto o estilista dava seus primeiros passos na França, o artista expunha, na mesma capital, sua Guernica, um retrato cubista dos bombardeios que assolaram o País Basco, berço do estilista.

Vestido da alta costura assinado por Demma Gvasalia para Balenciaga – Foto: Divulgação

Balenciaga, é verdade, se dizia “apolítico” e costurou para as mulheres da família Franco tanto quanto para as esposas dos mesmos nazistas que fecharam, por poucos meses de 1940, sua maison no número 10 da Avenue George V, que ainda hoje abriga os ateliês.

De moda, sim, Balenciaga talvez tenha entendido mais que todos – palavras do próprio Dior, que flertou com a frustração ao ver seu New Look acinturado competir em popularidade com a “silhueta barril”, descolada do corpo, de Cristóbal na mesma temporada de 1947. Era um sinal sutil de conflito fashion.

Teimoso como os touros que viu levantarem poeira nas arenas da Espanha, Balenciaga nunca se rendeu. Foi mestre da alfaiataria, mas quando suas clientes dos anos 1950 (admiradoras dos casaquetos de tweed de Coco Chanel) pediam os visuais ajustados que ele já havia criado vinte anos antes, sua resposta vinha em silhuetas soltas.

O “vestido saco”, inspirado no orientalismo de Paul Poiret, foi uma de suas grandes radicalizações, lançada em 1957 – simbolicamente, o ano em que Dior, defensor da figura feminina “ampulheta”, faleceu.

Vestido da alta costura assinado por Demma Gvasalia para Balenciaga

Na vida pública e privada, Balenciaga reuniu poucos amigos e ainda menos confidentes. Hubert de Givenchy, um prodígio e protótipo de pupilo, foi um deles – tão próximo que até fundou seu ateliê do outro lado da rua.

No fim, se recusou a aderir à moda do prêt-à-porter e decidiu fechar seus ateliês de haute couture, em 1968. Deixou as clientes viúvas e Mona Von Bismarck até chorou, durante três dias, pela despedida.

Agora, ainda dá tempo de chorar?

Demna Gvasalia, o diretor criativo que assumiu a Balenciaga em 2016 (e que dará adeus à casa em julho), reviveu a alta costura em 2020 e deu vida às suas ideias a contragosto de muitos puristas.

Acontece, entretanto, que sua adoração pelo oversized e o preto têm muito de Cristóbal, para não citar a aura apocalíptica que resgata os “tempos perdidos” das guerras.

Com a mesma teimosia de seu predecessor, insistiu na estética que marcou uma nova geração avessa às normalidades, sem perder os paralelos que reviveu direto dos arquivos.

Mas, para quem ainda assim não vê (ou viu) a sutileza da semelhança, sobram os novos livros e séries que contam a vida abstrusa do couturier que nasceu há 130 anos.


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