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Inspirar, preservar e transformar. Essas três ideias são o fio condutor da nova coleção da Riachuelo, que acaba de lançar uma colaboração com o artista pernambucano Guilherme Lira — mais conhecido como Ceramiquinho — e, pela segunda vez, leva o bordado manual do Rio Grande do Norte à passarela da moda nacional.
Designer gráfico, ilustrador e ceramista, Ceramiquinho traduz em suas obras a memória afetiva do Nordeste. Sua estética vibrante, de traços lúdicos e simbólicos, encontra nas cerâmicas feitas à mão um meio de dar vida a elementos da cultura popular brasileira — como o São João, a fauna local e o folclore regional. Agora, esse universo sensível ganha novas formas: suas ilustrações estampam camisas, vestidos e itens de decoração que misturam tradição e contemporaneidade.
Mais do que uma coleção, a iniciativa representa um reencontro com as origens da marca — criada em 1947 no Rio Grande do Norte — e reafirma o compromisso da Riachuelo com a moda feita no Brasil, para brasileiros. “Vestir uma peça da collab com o Ceramiquinho significa carregar um pedaço do Brasil feito à mão, com alma e memória. É valorizar a cultura e os artistas e artesãos nordestinos, e mostrar para todo o Brasil a riqueza que existe nessa região do país”, explica Claudia Albuquerque, Diretora Executiva de Moda da Riachuelo.
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Essa valorização também se materializa no trabalho realizado por 59 artesãs da cidade de Timbaúba dos Batistas, no interior potiguar. Em parceria com o Instituto Riachuelo, quatro peças da nova coleção foram bordadas à mão na cidade, reconhecida pelo saber ancestral de suas bordadeiras. Camisas, vestidos e shorts ganham pontos minuciosos que contam histórias em tecido — transformando cada peça em um manifesto de identidade e resistência.
A iniciativa, que teve início em 2021, já investiu mais de R$ 230 mil em capacitações, em colaboração com o Sebrae-RN, e agora conta também com o apoio da Rede Asta. Em janeiro deste ano, foi inaugurada a primeira oficina de bordado do Estado, equipada com 52 máquinas de costura e operando como um novo polo de produção, enquanto a histórica Casa das Bordadeiras permanece como espaço de capacitação contínua e comercialização.
“Nós nunca tínhamos bordado um número tão grande de peças, um grande sonho. Foram feitos os testes e a partir daí o nosso primeiro desafio foi a seleção de quais pontos e cores iríamos usar”, conta Jailma Araújo, coordenadora de artesanato do município e presidente da cooperativa COMART. “É um sentimento de gratidão e de muito orgulho por participar de um projeto grandioso como esse.”
Além do impacto cultural, o projeto fortalece a economia local e promove inclusão produtiva. As bordadeiras tiveram autonomia para escolher os turnos de trabalho mais compatíveis com sua rotina, respeitando a legislação vigente e favorecendo a conciliação com outras tarefas domésticas ou pessoais. “Entendemos que era necessário ouvir de perto as mulheres bordadeiras — verdadeiras guardiãs de uma tradição centenária — para transformar suas demandas em ações concretas”, afirma Ivanildinho Albuquerque, prefeito de Timbaúba dos Batistas.
Para a Riachuelo, esta é uma forma de transformar o potencial da moda em motor de desenvolvimento. “Queremos ampliar cada vez mais a entrada de peças produzidas artesanalmente no Nordeste nas nossas coleções Riachuelo, preservando sua pequena escala e valorizando o trabalho manual local”, afirma Taciana Abreu, diretora de Sustentabilidade da marca. “Este projeto mostra que isso é possível. Esta é a forma mais eficiente de ampliarmos nosso impacto econômico, social e cultural regional.”
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Com peças que vestem o corpo e a casa, a coleção Riachuelo + Ceramiquinho é, antes de tudo, um convite para vestir histórias. Histórias de memória, de afeto e de pertencimento — escritas com linha, cor e poesia.