Retratar Margiela sem mostrar o rosto: o desafio de Reiner Holzemer

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Foto: Divulgação

Ao longo da carreira, Reiner Holzemer retratou nomes como Dries Van Noten, William Eggleston e Juergen Teller. Diretor de Martin Margiela: In His Own Words, ele desembarca no Brasil pela primeira vez para participar do Summit Fashion System, no dia 27 deste mês, dentro da programação da Rio2C, na Cidade das Artes, no Rio de Janeiro. A visita marca a chegada tardia do documentário — ainda inédito por aqui e que terá uma sessão especial para convidados —, obra que ofereceu ao mundo a rara chance de ouvir o estilista belga em primeira pessoa. “O mais bonito é quando o público sente que conheceu alguém, mesmo sem ver seu rosto. Margiela nunca mostra a face, mas você sente que esteve com ele. Essa é a força do cinema”, diz o cineasta em entrevista à Bazaar. A ausência do rosto nunca foi um problema para Holzemer.

Cena de “Martin Margiela: In His Own Words” – Foto: Divulgação

 

Pelo contrário: o diretor recorre aos gestos, às mãos, ao silêncio e à materialidade — como o toque nos tecidos, tão essencial à filosofia da Maison — para desenhar um retrato cheio de poesia e presença. “As mãos dele contam mais do que palavras. Ele é um perfeccionista. E essa relação com o fazer é central nos meus filmes: gosto de ver o processo de criação, onde mora a verdade.” Além da sensibilidade visual, Holzemer também entrelaça passado e presente para construir uma narrativa que vai além do olhar imediato. “Não basta seguir alguém enquanto trabalha. Às vezes, o momento mais decisivo está na história, no porquê de cada escolha — não no clique da câmera ou no desfile em si.” No centro do olhar de Holzemer, está o respeito pela singularidade de cada personagem. Todo retrato, diz ele, exige acesso, escuta e confiança. No caso de Margiela, o processo foi ainda mais delicado.

Cena de “Martin Margiela: In His Own Words” – Foto: Divulgação

“Depois do sucesso de Dries (2017), queria filmar outro retrato na moda, mas não sabia de quem. Vi uma exposição do Margiela em Paris e fiquei obcecado.” Apesar da fama de recluso, o estilista aceitou uma primeira conversa — e, poucos dias depois, já estavam filmando. “No começo, ele queria só registrar a montagem da exposição. Achei que seria um pouco chato, mas aceitei, esperando ganhar sua confiança.” Deu certo: dias depois, Margiela enviou uma carta escrita à mão confirmando o documentário. A relação com a imagem vem da juventude. “Sempre tive uma câmera na mão”, lembra. Ao descobrir o vídeo, entendeu que queria contar histórias em movimento. Influenciado pelo cinema vérité e pela liberdade criativa dos anos 1970, fundou sua produtora nos anos 1980, com a proposta de retratar pessoas e seus processos. “Já me chamaram de cineasta da moda ou da fotografia, mas o que faço são retratos. Eu me interesso por pessoas, não por rótulos.”

Cena de “Martin Margiela: In His Own Words” – Foto: Divulgação

Agora, ao final de quatro longas lançados quase em sequência, o diretor planeja uma breve pausa. “Quero respirar, reorganizar ideias, pensar no que vem depois.” Ainda assim, admite que há estilistas que o instigam, embora prefira não revelar nomes. “Não quero que se decepcionem por não estarem na lista, mas sim, tenho curiosidade por novas vozes da moda.” Até meados de junho, prepara o lançamento de Leica – A Century of Vision, documentário que celebra os 100 anos da icônica câmera fotográfica e reflete sobre como o formato 35 mm transformou a fotografia documental. “É sobre pessoas, não sobre tecnologia”, resume o cineasta, que reuniu no filme nomes como Sebastião Salgado, Steve McCurry, JR — e até uma conversa com Jony Ive (da Apple à época), responsável por uma Leica criada especialmente para a Fundação de Bono Vox. A caminho da América do Sul pela primeira vez, Reiner diz querer conhecer a moda brasileira, a cultura local e trocar com quem estiver por perto. “O filme do Margiela não é novo, mas o encontro com o público sempre é. Se puder inspirar jovens criadores daqui, já valeu a viagem.” Mais do que documentar trajetórias, ele parece buscar algo raro: encontrar, em cada escuta, um novo jeito de ver o mundo — e de eternizá-lo.


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