‘Superman 2025’, verdade e justiça: O novo filme e a crise moral do mundo contemporâneo

Lorem Ipsum is simply dummy text of the printing and typesetting industry. Lorem Ipsum has been the industry’s standard dummy text ever since the 1500s, when an unknown printer took a galley of type and scrambled it to make a type specimen book.

The Future of Gadgets

Lorem Ipsum is simply dummy text of the printing and typesetting industry. Lorem Ipsum has been standard dummy text ever since the 1500s,

Lorem Ipsum is simply dummy text of the printing and typesetting industry. Lorem Ipsum has been the industry’s standard dummy text ever since the 1500s, when an unknown printer took a galley of type and scrambled it to make a type specimen book.

Na estreia do novo filme do Super-Homem – “Superman”, em cartaz a partir desta sexta-feira, 11, e dirigido por James Gunn -, o herói retorna à telona não apenas como um salvador de Metrópolis, mas como um espelho incômodo do nosso tempo.

É significativo que, em meio a guerras, democracias tensionadas e o avanço do autoritarismo, um personagem concebido em 1938 para combater o fascismo ressurja com força renovada para falar de verdade, justiça e esperança em um “amanhã melhor”.

O timing não é coincidência. Há algo profundamente político no ato de revisitar mitologias heroicas num período em que a confiança nas instituições se esgarça e a verdade factual passa a ser tratada como questão de opinião. Gunn parece entender que o Super-Homem nunca foi só um homem de capa vermelha, mas que ele é, em essência, um projeto moral.

É nessa dimensão que o novo filme se torna relevante. Ao propor um Super-Homem que abraça a compaixão e a bondade como virtudes centrais, o diretor toca em debates ferozes do presente. Afinal, em um planeta onde crises migratórias, mudanças climáticas e redes sociais inflamam divisões tribais, falar em altruísmo soa quase subversivo.

O herói, descrito por Gunn como um “imigrante” que luta pelo bem comum, enfrenta resistência daqueles que veem qualquer gesto humanitário como parte de uma agenda “woke”. Não é à toa que vozes conservadoras já rotularam o filme como propaganda progressista. O Super-Homem está, mais uma vez, no centro da guerra cultural, como esteve no passado ao enfrentar nazistas ou expor o Ku Klux Klan em suas aventuras radiofônicas. Mas o inimigo, hoje, é mais difuso. Trata-se da desconfiança generalizada de que qualquer idealismo seja possível.

Cineasta conhecido por revitalizar franquias com humor ácido e profundidade emocional, como “Guardiões da Galáxia” e “Esquadrão Suicida”, Gunn é o responsável por essa reinvenção, com sua assinatura de personagens excêntricos e empáticos para dar ao novo ‘Superman’ uma leveza inédita, sem abrir mão de densidade política. No papel principal, David Corenswet assume o manto do Homem de Aço com uma interpretação que mistura ingenuidade e firmeza, resgatando o charme clássico do personagem, mas sem soar antiquado.

Nicholas Hoult, escalado como o novo Lex Luthor, entrega um vilão magnético, mais cerebral e menos caricato, equilibrando sarcasmo e ameaça em um registro contemporâneo que dialoga perfeitamente com as tensões políticas globais. Há, contudo, um paradoxo fascinante nesse retorno. O Super-Homem, em sua nova versão, é uma figura quase anacrônica em um mundo cínico, mas talvez seja justamente sua pureza que o torne necessário.

Ele encarna valores absolutos (verdade, justiça, esperança…) que soam antiquados em tempos dominados pelo pragmatismo e pelo marketing político. E, ainda assim, é isso que lhe dá poder simbólico. Agora acolhido por uma família americana, ele se choca com discursos que defendem muros, deportações e a desumanização do outro. Sua recusa a matar, mesmo diante de inimigos implacáveis, é uma mensagem potente em uma época sedenta por retaliação.

Há algo de revolucionário em um personagem que insiste em não desistir da humanidade, ainda que a humanidade pareça determinada a se autodestruir. O cinema de super-heróis, frequentemente criticado por suas fórmulas vazias, encontra aqui uma rara oportunidade de se reconectar à sua função original: contar histórias que ajudem a sociedade a se entender. Quando Gunn aposta em cores vibrantes e em um tom menos sombrio, ele está também dizendo que a esperança precisa voltar a ser uma opção contínua e política.

Justo quando a lógica atual do “nós contra eles”, que governa tanto parlamentos quanto algoritmos, colocar o Super-Homem no centro do debate é também perguntar se ainda há espaço para consensos mínimos sobre o que é certo e errado.

Nesse sentido, o arrasa-quarteirão de US$ 225 milhões é entretenimento, sem dúvida, mas é também um ensaio sobre a persistência da ética diante de uma realidade que parece ter desaprendido o significado de verdade.

Talvez por isso, mais do que em qualquer outro momento recente, o Super-Homem “2025” volte a ser um personagem necessário. Não porque ele ofereça soluções mágicas para problemas complexos, mas porque encarna a crença, cada vez mais rara, de que vale a pena lutar por princípios, mesmo quando tudo conspira contra eles.

Com fake news, crises migratórias, guerras e desigualdade gritante dominando o ‘mundo real’, a luta do Homem de Aço por “verdade, justiça e um amanhã melhor” soa menos como slogan publicitário e mais como um apelo urgente. Se ainda precisamos de super-heróis, não é apenas pela força bruta que ostentam, mas pela capacidade de lembrar que a verdade e a justiça continuam a ser ideais pelos quais vale a pena viver e lutar.

*

Tendências

Tendências populares

©2023. Todos os direitos reservados. Noticias Agil

Noticias Agil
Visão geral da privacidade

Este site utiliza cookies para que possamos fornecer a melhor experiência possível ao usuário. As informações dos cookies são armazenadas em seu navegador e desempenham funções como reconhecer você quando retorna ao nosso site e ajudar nossa equipe a entender quais seções do site você considera mais interessantes e úteis.