Tendências masculinas
Por muito tempo, bastava uma camiseta básica, um desodorante qualquer e uma ideia meio torta de que homem “de verdade” não se preocupa com aparência, saúde mental ou rotina de autocuidado. Isso ficou no passado.
Hoje, uma nova geração de homens — especialmente os da Geração Z e os Millennials — está fazendo barulho (mesmo que sem muito alarde) ao reformular prioridades e reinventar o que significa ser homem. Eles estão indo pro pilates, usando sérum de niacinamida, cuidando da casa, aprendendo a investir e salvando referências de nail art. E não estão fazendo isso para impressionar ninguém: estão fazendo por eles mesmos.
A mudança é visível em várias frentes — inclusive nas plataformas de busca visual, como o Pinterest, que acaba de divulgar um relatório mostrando o crescimento expressivo do público masculino em temas como bem-estar, estilo, tecnologia e paternidade. As buscas por referências de autocuidado, looks alternativos e design de interiores estão em alta entre homens jovens que usam a plataforma para planejar e se inspirar, longe da lógica do consumo impulsivo.
Corpo, mente e a estética da escalada
A saúde entrou na lista de prioridades. E não é só academia ou proteína. Eles estão buscando equilíbrio — físico, emocional, estético. O pilates, por exemplo, virou tendência real entre homens mais jovens, assim como a escalada. Os dois têm algo em comum: exigem foco, controle do corpo, uma certa calma na execução. Tem menos a ver com performance e mais com bem-estar.
As roupas e o estilo que acompanham esses movimentos também chamam atenção: peças mais confortáveis, tecidos naturais, uma paleta meio neutra, meio terrosa. Um visual quase silencioso, mas cheio de intenção.
Skincare, maquiagem e liberdade
A vaidade deixou de ser tabu. Eles estão cuidando da pele com rotina completa (limpeza, hidratação, protetor solar e uns tratamentos mais sérios, tipo microagulhamento e tretinoína). Estão falando sobre queda de cabelo sem vergonha, usando óleo de rícino, aprendendo sobre finalizadores e até arriscando uma maquiagem leve pra esconder olheiras ou só pra se divertir mesmo.
Tem homem pintando a unha, colocando brilho, explorando possibilidades — não porque virou “moda”, mas porque agora é possível. Ninguém quer mais se encaixar num molde antigo e apertado. A estética virou um jeito de respirar mais fundo.
A roupa fala
Na moda, o que está bombando são os estilos que misturam passado com conforto emocional. Grunge vintage, gótico suave, older brother core (um nome meio esquisito pra um visual que parece tirado do armário do irmão mais velho estiloso e relaxado). Tem uma busca por identidade visual que seja única, afetiva, que diga: “isso aqui sou eu, e tá tudo bem”.
Os acessórios, como colares, anéis, bolsas e até detalhes nas roupas, estão ajudando a contar essa história. E quanto mais personalizado, melhor.
Cuidar do dinheiro também virou autocuidado
Ao mesmo tempo que cuidam da pele, esses caras estão tentando entender melhor como cuidar do bolso. Tem muito homem jovem se jogando em conteúdos sobre investimentos, planejamento financeiro, criação de negócios. Eles usam a internet como um curso livre de tudo — de codar em Python a abrir um MEI.
Tecnologia também é um campo de interesse que vai muito além do consumo de gadgets. Muitos estão aprendendo a criar, editar, automatizar — e fazer disso parte da própria identidade.
A paternidade não é mais coadjuvante
Um ponto bonito desse novo comportamento é a forma como os homens estão encarando a paternidade. Com mais afeto, mais presença, mais intenção. As redes estão cheias de caras falando sobre rotina com filhos, sobre tempo de qualidade, sobre criar memórias — e não só fotos de Dia dos Pais. Eles querem participar de verdade. E isso tem impacto direto na maneira como constroem relacionamentos e também como se veem no mundo.