A arquitetura, para Pedro Coimbra, nunca foi apenas sobre espaço — mas sobre movimento. Movimento de ideias, de culturas, de histórias. À frente do Coimbra Arquitetura, o arquiteto carioca desenha mais do que projetos: constrói pontes entre o desejo do cliente e a alma do lugar. Com uma trajetória que começou ainda na infância, entre traços e cadernos, Pedro transformou a paixão pelo desenho em vocação e propósito.
Formado pela Faculdade Santa Úrsula, no Rio de Janeiro, ele deu seus primeiros passos profissionais em 2006, ainda durante a graduação, concluída em 2010. Mas foi em Rotterdam, na Holanda — uma das capitais europeias da inovação arquitetônica — que seu olhar ganhou novas camadas. “Morando e trabalhando lá, percebi que, apesar das diferenças culturais e linguísticas, a essência da arquitetura é universal”, diz. A experiência internacional ecoa até hoje em seu trabalho, que se destaca pela precisão no equilíbrio entre estética, funcionalidade e identidade.
De volta ao Brasil, Pedro consolidou uma atuação marcada pela escuta ativa e por uma arquitetura pensada de dentro para fora. Cada cliente, segundo ele, é um coautor do projeto. “O cliente é um parceiro essencial, e o projeto precisa ser lapidado a partir dessa relação”, afirma. Essa abordagem personalizada aparece tanto em residências intimistas quanto em espaços culturais de grande escala.
Entre os destaques recentes, está o Museu CARDE, em Campos do Jordão — um tributo ao universo automobilístico idealizado em parceria com o cenógrafo Gringo Cardia. O projeto, que alia design, memória e tecnologia, celebra não apenas a história dos carros, mas a experiência sensorial de visitá-los em um espaço pensado para emocionar. “Criar um museu que une design e memória foi uma experiência única, especialmente em uma cidade com a energia de Campos do Jordão.”
Outro projeto que marca sua trajetória é a casa do ator Dudu Azevedo, criada em colaboração com Zanini de Zanine. O trabalho sintetiza bem a versatilidade de Pedro em transitar entre o funcional e o simbólico, sem abrir mão do rigor técnico e da sensibilidade estética.
Viajar é, para Pedro, parte essencial de sua prática. Ao circular por diferentes países e culturas, ele coleta referências, sons, texturas e soluções urbanas que alimentam seu repertório e expandem seu entendimento do papel social da arquitetura. “A arquitetura é uma parte essencial da sociedade, desde as casas em que vivemos até o desenho das cidades e os espaços de convivência”, resume.
Com uma abordagem que combina visão global, atenção ao detalhe e respeito pelas singularidades de cada projeto, Pedro Coimbra vem construindo uma arquitetura viva, em constante diálogo com o tempo, os afetos e as transformações do mundo.